APRESENTAÇÃO:
Never Alone (Kisima Ingitchuna) é um jogo de plataforma com quebra-cabeça.
O game tem como objetivo divulgar a cultura do povo Inupiaq,
indígenas que habitam o Alasca desde a pré-história.
Never Alone foi desenvolvido pela Upper One Games, publicado pela E-Line Media,
e lançado em 2014 para Linux, OS X, iOS, Android, PC, Wii U, Xbox One, PS3, PS4.
HISTÓRIA :
Never Alone é uma fábula um pouco diferente…
Never Alone nos conta a história de Nuna, uma garotinha Iñupiaq,
que vive em uma aldeia que está tendo terríveis nevascas.
A neve impossibilita a caça, e seu povo está definhando para a morte.
Nuna decide sair e descobrir o que está causando essas nevascas tão severas.
Durante sua viagem, um feroz urso polar a persegue…
mas ela é salva por uma bela raposa do ártico!
Um forte laço de união se forma entre Nuna e a raposa,
e as duas seguirão juntas em uma jornada que mistura realidade e fantasia,
para nos apresentar de maneira divertida (quase um documentário)
um pouco das tradições do povo Iñupiat.
A ORIGEM DE NEVER ALONE (KISIMA INGITCHUNA):
Tudo começou com a Cook Inlet Tribal Council
(CITC, ou Conselho Tribal da Enseada de Cook),
uma organização situada na região de Cook, no Alasca,
que fornece diversos serviços para os nativos alasquenses ou índios norte-americanos.
Eles buscavam uma forma de divulgar a cultura de seu povo, os Iñupiaq,
ao mesmo tempo que tentavam encontrar uma forma de arrecadar fundos
para melhorar seus serviços na região, acabando por escolher os jogos.
Foi aí que a CITC escolheu a empresa E-line Media,
empresa com sede em Nova Iorque que tem como foco criar jogos educacionais,
e que conta com funcionários que trabalharam em jogos de sucesso
como Tomb Raider Anniversary e a série SOCOM.
Juntos a CITC e a E-line Media criaram o estúdio Upper One Games,
a primeira empresa de jogos pertencentes à indígenas nos Estados Unidos,
e que foi responsável por Never Alone.
CULTURA DOS IÑUPIAQ:
O povo Iñupiaq habita a região ocidental do Alasca desde antes da pré-história.
Hoje sua população gira em torno de 13.500 pessoas,
e sua milenar cultura pode acabar sumindo em algumas décadas.
Never Alone busca difundir diversos aspectos desse povo,
e para isso contou com o suporte de quase 40 pessoas, entre eles:
anciões, contadores de histórias e membros da comunidade.
“Never Alone” adapta a lenda de Kunuuksaayuka, uma tradicional história dos Iñupiaq,
onde um membro da tribo parte em uma jornada
para solucionar o problema das fortes tempestades de neve que assolam seu povo.
O game faz a escolha acertada de colocar uma menina (Nuna), no papel de heroína.
Em tempos de busca de igualdade entre gêneros no mundo dos games
é uma decisão que merece elogios, a lenda original é protagonizada por um menino.
O game possui 24 pequenos vídeos com depoimentos de diversos nativos alasquenses.
São quase 30 minutos de conteúdo no total,
ensinando aos jogadores aspectos culturais, religiosos e folclóricos dos Iñupiaq.
A arte, a música, a localização pela lua no mês negro e a vida compartilhada
também são temas abordados, mostrando que apesar de milenar,
essa cultura tem muito a ensinar.
GAMEPLAY:
Never Alone não tem poluição visual e a ausência de interface na tela
e as bordas mais escuras ajudam a criar o clima do game.
A jogabilidade é bastante simples como qualquer jogo de plataforma.
Nuna é capaz de empurrar e puxar coisas, também pode destruir barreiras
e “acordar” espíritos com sua boleadeira.
A raposa, por sua vez, é capaz de se esgueirar por frestas e saltar entre duas paredes,
além de conseguir “evocar” espíritos da natureza que serão muito úteis em sua jornada.
O game intercala momentos de plataforma com pequenos puzzles,
e algumas sequências de perseguição bem bacanas.
GRÁFICOS E SONS:
Os gráficos são simples, mas bonitos e bem trabalhados,
permitindo perceber as emoções dos personagens em suas feições.
Algumas animações foram feitas com desenhos no estilo alasquense,
ajudando na imersão do game e ficando bastante artístico.
A trilha sonora se faz presente quando necessário, mantendo uma pegada tribal
que combina perfeitamente com o ritmo do jogo.
Na maior parte do tempo se ouve o som do vento, dos seus passos e sons de animais.
Mesmo que não falem, Nuna e a raposa são muito carismáticas,
e a simples afeição à elas consegue manter o jogador interessado
por toda a campanha, que dura cerca de 6 horas.
o jogo é relativamente curto, mas a mensagem que ele passa é bem maior.
CONCLUSÃO:
Never Alone (Kisima Ingitchuna) é um produto artístico belíssimo,
e o fato de ter um “tom” educacional também é interessante.
Ele pode ser jogado cooperativamente por 2 jogadores no mesmo console,
onde um assume o controle de Nuna, outro de sua companheira raposa,
mas também pode ser jogado sozinho e os personagens se alternam.
Apesar da aventura ser toda narrada no idioma Iñupiat,
o jogo está 100% legendado em PTBR, podemos entender tudo, ainda bem!
o gameplay é simples, os personagens são carismáticos e a história é tocante,
mas é a bagagem cultural que está “embutida” neste jogo é que é seu maior triunfo.
Never Alone é um dos melhores jogos para o PlayStation 4 sem dúvida!
SFC – Onde quase todo dia é Sexta-feira!
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