2 de dezembro de 2024

“SUA PRÓXIMA LIGAÇÃO PODE SER A ÚLTIMA” – CELULAR

FICHA TÉCNICA:

Titulo: Celular
Título Original: Cell
Autor: Stephen King
Gênero: Ficção / Drama / Terror / Suspense sobrenatural
Editora: Suma
Publicação: Original 2006
Número de Páginas: 384 páginas

“A civilização entrou na sua segunda idade das trevas
em um pouco surpreendente rastro de sangue,
mas com uma rapidez que não poderia ser prevista
nem mesmo pelo mais pessimista dos futurólogos.
Era como se estivesse engatilhado.
No dia 10 de outubro, Deus estava no céu Dele,
a Bolsa de Valores estava em 10.140 pontos
e a maioria dos aviões estava no horário
(exceto os que chegavam e partiam de Chicago, o que era de se esperar).
Duas semanas depois, os céus pertenciam aos pássaros novamente
e a Bolsa de Valores era uma lembrança.
Já no Dia das Bruxas, todas as grandes cidades, de Nova York a Moscou,
fediam sob o céu vazio, e o mundo como ele havia sido antes era uma lembrança.”
Prefácio do livro

RESENHA (SEM SPOILERS):

Neste livro King caprichou no sangue e na violência,
quando tudo começa a sair dos trilhos, logo no início a tensão é constante.
Um livro onde o tema chave é o terrorismo digital com nuances de sobrenatural,
mas sem utilizar outros monstros além do próprio ser humano.
No início, Clayton Riddel, um desenhista do Maine (sempre o Maine)
acaba de fechar um contrato para trabalhar em Boston.
Às 15:03 de 1º de Outubro ele caminha eufórico pela rua
e só sonha em reconstruir seu casamento e encontrar seu filho.
As coisas finalmente iriam começar a andar de vento em popa.
Caminhando ele observa cenas corriqueiras, duas adolescentes dividindo um celular,
para falar com uma terceira, um vendedor de sorvete, uma mulher de terninho.
As adolescentes e a mulher falam ao celular e de repente…
A mulher começa a atacar o sorveteiro,
e uma das adolescentes corre para agredir a mulher a dentadas.
A outra adolescente, que estava parcialmente com o celular no ouvido,
parece ter tido o cérebro “resetado” pois não lembra de nada.
O mundo de repente vira de ponta cabeça todos que usam o celular,
os “fonéticos” ou Foners, como são chamados
pelos que ainda parecem manter a racionalidade, cometem suicídio
ou investem contra as pessoas que não foram afetadas (os “normies”),
e muitas vezes contra outros afetados mesmo sem razão aparente.
Parece que os humanos tiveram a razão substituída pelos seus instintos básicos.
Começa então uma luta pela sobrevivência, e para Clayton uma jornada de volta,
onde espera encontrar o filho e a esposa.
O que teria acontecido quando o pulso, nome que deram ao fenômeno,
já que aparentemente não há mais cientistas vivos para dar um nome mais correto,
assolou a humanidade?Terrorismo? Ira divina?
E por último a pergunta mais enigmática do livro:
Quem é o homem do capuz vermelho?

Resenha escrita ao som de Titãs – O Pulso

NOTAS E CURIOSIDADES:

Stephen King se inspirou enormemente em Richard Matheson (Eu sou a Lenda)
e George Romero (A noite dos mortos vivos)

Em 2005, um papel na história foi oferecido
ao vencedor de um leilão de caridade patrocinado pelo ebay.
A descrição do lote:
“O nome de um (e apenas um) personagem em um romance chamado CELL,
que agora está em produção e que será lançado entre 2007 ou 2008.
O comprador deve estar ciente de que CELL é uma história violenta,
que vem completo com zumbis
que se movem seguindo sinais de celular que destroem o cérebro.
Assim como uísque barato, é muito desagradável e extremamente satisfatório.
O personagem pode ser masculino ou feminino,
mas um comprador que queira que seu personagem morra deve ser, neste caso, feminino.
Em qualquer caso, vou exigir uma descrição física do vencedor do leilão,
incluindo qualquer apelido (pode ser inventado ou não).”

O leilão aconteceu entre 8 e 18 de setembro de 2005 e Pam Alexander da Flórida
pagou mais de $25.000 dólares mas deu como presente para seu irmão Ray Huizenga,
que se tornou um matador de zumbis do grupo dos “normies”

Em 2016 o livro foi adaptado para o cinema (Conexão mortal) com a direção de Tod Williams,
e interpretado por John Cusack, Samuel L. Jackson e Isabelle Fuhrman.

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