“OS CONTOS SOBREVIVEM PORQUE ALIMENTAM A ESPERANÇA” – O LADO SOMBRIO DOS CONTOS DE FADAS

FICHA TÉCNICA:

Titulo: O Lado sombrio dos Contos de Fadas
Título Original: O Lado sombrio dos Contos de Fadas
Autor: Karin Hueck
Gênero: Ficção / Literatura folclórica / Contos e lendas
Editora: Abril
Publicação: 2016
Número de Páginas: 292

RESENHA (SEM SPOILERS):

A séculos os contos de fadas tem o seu lugar no imaginário popular.
Geralmente tomamos contato com eles logo cedo,
quando crianças, atraídos por algum desenho animado ou filme
que nos remetem a reflexões sobre a bondade, honra e obediência.
A autora fez uma verdadeira pesquisa “arqueológica” sobre a origem destas histórias,
popularizadas pelos irmãos Grimm, que davam finais felizes
e as tornaram suaves e menos traumáticas para os ouvidos infantis,
é mais ou menos igual às adaptações que alguns roteiristas de Hollywood fazem,
quando o autor na história original resolve matar todos, inclusive o herói.
O livro traz considerações a respeito das histórias mais conhecidas
(muitas se tornaram animações da Disney),
mas interpreta as suas raízes, como a crença em lobisomens,
o casamento forçado de belas mulheres com homens
que eram verdadeiras feras, canibalismo, bruxaria, incesto
e uma lista enorme de perversidades.
As versões originais poderiam fazer qualquer roteirista
de filmes de terror de baixo orçamento se sentirem em casa,
ou algumas vezes sentirem vergonha por terem tão pouca imaginação.
Os contos, em sua concepção original eram destinados
a manter as pessoas na linha, pois coisas terríveis sempre acontecem
com quem não segue as ordens, e também serviam como entretenimento adulto,
pois não eram poucas as passagens que abusavam de detalhes picantes”.
Essas histórias eram contadas pelos camponeses após o dia de trabalho
e após o trabalho no campo, enquanto todos cuidavam de outros afazeres.
Contar histórias e falar da vida alheia eram os passatempos favoritos dos camponeses.
Cinderela, Chapéuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, A Bela e a Fera,
João e Maria, Branca de Neve, O Flautista de Hamelin e A Pequena Sereia
são obras as quais a autora resgata o sentido original,
assim como no capítulo “Os irmãos Grimm, a violência
e os piores contos do mundo” cita alguns contos escabrosos.

Resenha escrita ao som de Secret Garden – Fairytale

NOTAS E CURIOSIDADES:

A autora foi editora da revista Superinteressante,
e este livro é fruto de uma investigação feita nos locais onde estes contos surgiram,
assim como uma vasta consulta a textos em suas versões originais
e também aos mitos e lendas da época em que apareceram.

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