30 de abril de 2024

“PRA QUEM NÃO SABE ONDE IR QUALQUER CAMINHO SERVE” – ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

FICHA TÉCNICA:

Titulo: As Aventuras de Alice no País das Maravilhas
Título Original: Alice in Wonderland
Autor: Lewis Carroll (Pseudônimo de Charles Lutwidge Dodgson)
Gênero: Aventura / Fantasia
Editora: L&PM , Ciranda Cultural, Pandorga, Zahar, etc.
Como a obra está em domínio público temos muitas possibilidades.
A Darkside Books fez uma edição muito bem elaborada, com 208 páginas.
Publicação: Original 1865
Número de Páginas: A partir de 120 páginas.
Na média 150, pois são várias editoras

RESENHA (SEM SPOILERS):

O Livro conta a história da menina Alice, que cai em uma toca de coelho
e vai parar em um mundo fantástico, totalmente sem sentido.
O Livro abusa do antropomorfismo (criaturas de aparência humana)
e situações totalmente absurdas.
Podemos dizer que é praticamente dois livros em um, para adultos e crianças,
a percepção e interpretação para uns ou outros muda totalmente a perspectiva do livro.
Possui diversas referências a enigmas matemáticos, uma das especialidades do autor,
assim como passagens satíricas que lembram amigos e inimigos.
Dessa forma temos uma sequência de passagens mais surreal que a outra,
alguns afirmam que a a obra é fruto de experiências do autor com drogas
enquanto escrevia (nada comprovado).

Resenha escrita ao som de Danny Elfman – Alice’s Theme

NOTAS E CURIOSIDADES:

O livro possui uma continuação Alice do Outro Lado do Espelho.

O Autor criou o livro para distrair as filhas do amigo Henry George Liddell,
vice-chanceler da Universidade de Oxford, decano da Christ Church,
e diretor da escola de Westminster, particularmente a menina Alice Pleasance Liddell.
A maioria dos personagens foram baseadas em pessoas,
edifícios e situações de Oxford e da Christ Church.

A Christ Church é uma das maiores faculdades constituintes da Universidade de Oxford,
além de uma igreja da Diocese de Oxford.
Também se dedicou a prática da fotografia em caráter profissional,
mantendo um estúdio e tendo considerado tornar a fotografia
a sua principal fonte de renda, no início da carreira.

Lewis Carroll foi acusado, postumamente e em épocas mais atuais, de ser pedófilo,
usuário de drogas e sofrer de doenças e transtornos mentais.
De fato as atitudes dele, observadas à luz da sociedade moderna,
não dariam margem à dúvidas com relação à preferência
que tinha por meninas de aproximadamente 10 anos, idade de Alice,
mas que eram “toleradas” pela sociedade da época.

Quanto ao consumo de drogas, sabemos que o Haxixe, ópio, cocaína,
o fungo ergot (matéria prima original do LSD)
não tinham o caráter ilegal de hoje em dia, sendo inclusive prescritos medicamente.
Vale lembrar que Sherlock Holmes, personagem de Sir Arthur Conan Doyle
era usuário de cocaína, e que tal fato na época não causava estranheza nos leitores.

O Coelho, sempre apressado, consultando o relógio a cada instante
e sem tempo para nada era uma crítica à sociedade inglesa.

Temos também a lagarta, que fumava um narguile,
falava lentamente seria uma alusão a usuários de ópio (que era legalizado na época).
A lagarta também esclarece Alice a respeito do consumo dos cogumelos,
e que o fato de crescer ou encolher podem ser alusão a alucinações causadas por eles.
Alguns contrapõe a informação de que Carroll escrevesse sob efeito de drogas
o fato de ter enigmas matemáticos complexos na obra

A obra foi lida pela Rainha Vitória, que dizem ser a inspiração da Rainha de Copas,
principalmente o fato de sua autoridade não ser superior
à autoridade do Parlamento Britânico e do Primeiro Ministro.

No filme Matrix, no início Neo é convidado a seguir o Coelho Branco,
em uma alusão ao livro

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